Do hebraico
bíblico: יהוחנן Yəhôḥānān
O nome João tem sua origem etimológica direta
no latim Ioannes que,
por sua vez, é derivado do grego Ιωάννης (Ioánnis). Todavia a origem etimológica primitiva encontra-se
na língua hebraica no nome יוחנן (Yôḥānān), forma reduzida de יהוחנן(Yəhôḥānān).
O significado da forma hebraica de João é
"Deus é propício", "Deus Mostrou Favor", "Deus Foi
Clemente" ou "Graça Divina".
O nome é uma junção das palavras hebraicas YHVH (tetragrama que representava
o nome de Deus para os antigos hebreus, cuja pronúncia mais aceita é Iavé) com a palavra chanan, que significa graça, e que unificadas resultam em Yochanan.
Seus pais eram Zacarias (sacerdote do Templo) e Isabel
(prima de Maria, mãe de Jesus).
Isabel era estéril e o casal já não tinha idade para
conceber filhos quando um anjo do Senhor (Gabriel, conforme Ele mesmo revela em
Lc 1:19) apareceu a Zacarias
enquanto ele servia no Templo, dizendo: “Disse-lhe,
porém, o anjo: Zacarias, não temas, porque a tua oração foi ouvida; e Isabel,
tua mulher, te dará à luz um filho, a quem darás o nome de João.” (Lc 1:13).
O anjo também avisa a Zacarias que João teria uma missão:
“Pois ele será grande diante do Senhor,
não beberá vinho nem bebida forte e será cheio do Espírito Santo, já do ventre
materno. E converterá muitos dos filhos de Israel ao Senhor, seu Deus. E irá
adiante do Senhor no espírito e poder de Elias, para converter o coração dos
pais aos filhos, converter os desobedientes à prudência dos justos e habilitar
para o Senhor um povo preparado.” (Lc
1:15-17).
Zacarias, apesar de sua vida de retidão perante o Senhor,
duvidou das palavras do anjo, pois sendo ele e sua esposa já velhos, não viu
possibilidade de ainda poderem ter filho.
Para que cresse, o anjo deixou Zacarias mudo até que
nascesse o filho (Lc 1:20).
João foi quem anunciou a vinda de Jesus aos judeus
naquela época e isto já havia sido profetizado séculos antes pelos profetas
Isaias (Is 40:3) e Malaquias (Ml 3:1).
O preparo para a vinda do reino foi feito por meio da
proclamação de advertência e da necessidade de arrependimento. João
advertiu os fariseus e os saduceus: "Já está posto o machado à raiz das árvores; toda árvore, pois, que não
produz bom fruto é cortada e lançada ao fogo" (Mateus 3:10). Multidões escutavam o apelo de João:
"Arrependei-vos, porque está próximo
o reino dos céus" (Mateus 3:2).
Os que atendiam ao chamado e se arrependiam se tornavam um povo preparado
produzindo "frutos dignos de
arrependimento" (Mateus 3:8).
Muitos foram batizados por João no rio Jordão. Aquele ritual de imergir as
pessoas nas águas era diferente da simples purificação dos judeus, que envolvia
a lavagem apenas das mãos e dos pés. A novidade atraiu multidões de todas as
partes.
João pregou o Batismo do Arrependimento para perdão dos
pecados “a fim de preparar para o Senhor
um povo bem disposto” (Lc 1:17b).
Uma geração de víboras rejeitou a mensagem, ao passo que outros permitiram que
o mensageiro de Deus os preparasse.
João Batista veio com a disposição e o poder de Elias (Lucas 1:17). Em nenhum lugar isso é mais claro do que na
descrição de Lucas 3:18-19:
"Assim, pois, com muitas outras
exortações anunciava o evangelho ao povo; mas Herodes, o tetrarca, sendo
repreendido por ele, por causa de Herodias, mulher de seu irmão, e por todas as
maldades que o mesmo Herodes havia feito".
Assim como Elias fez o que pôde para tirar a idolatria, o
assassínio e a desonestidade (1 Reis 18),
também João opôs-se aos pecados da nação e os desmascarou.
João não só condenava o mal, mas salientava a mudança que
Deus espera das pessoas perdoadas. Os publicanos, os soldados e o povo em
geral perguntavam: "Que havemos, pois, de fazer?". A Voz
exigia generosidade (Lucas 3:11),
honestidade (Lucas 3:13)
não-violência e contentamento (Lucas
3:14). A preparação feita por João foi para um caminho de santidade,
e o povo de Deus deve andar nesse caminho (Isaías
35:8-10).
Não bastava advertir a nação judaica para que fugissem da ira de Deus, nem
instruí-los com respeito ao procedimento esperado por Deus, mas era essencial
que o Rei que estava por vir fosse identificado. João tinha estado
batizando em Betânia e, no dia seguinte, quando viu Jesus se aproximar dele,
exclamou: "Eis o Cordeiro de
Deus, que tira o pecado do mundo" (João 1:29). Jesus era visto por João como aquele tipificado
no cordeiro pascal, e como aquele cordeiro que "foi levado ao matadouro" pelo pecado do homem (Isaías 53).
Naquela época os judeus esperavam a vinda do Messias e,
ouvindo as palavras de João, acreditavam que ele seria essa pessoa. A respeito
disso o próprio João disse: “Ele
confessou e não negou; confessou: Eu não sou o Cristo. Então, lhe perguntaram:
Quem és, pois? És tu Elias? Ele disse: Não sou. És tu o profeta? Respondeu:
Não. Disseram-lhe, pois: Declara-nos quem és, para que demos resposta àqueles
que nos enviaram; que dizes a respeito de ti mesmo? Então, ele respondeu: Eu
sou a voz do que clama no deserto: Endireitai o caminho do Senhor, como disse o
profeta Isaías.” (Jo 1:20-23).
As pessoas queriam saber, então, porque ele batizava e
ele respondeu: “Respondeu-lhes João: Eu
batizo com água; mas, no meio de vós, está quem vós não conheceis, o qual vem
após mim, do qual não sou digno de desatar-lhe as correias das sandálias.”
(Jo 1:26-27)
E acrescentou: “Eu
vos batizo com água, para arrependimento; mas aquele que vem depois de mim é
mais poderoso do que eu, cujas sandálias não sou digno de levar. Ele vos
batizará com o Espírito Santo e com fogo.” (Mt 3:11)
Apesar de João não se achar digno de batizar o filho de
Deus, Jesus lembrou a João que o Batismo é um ato requerido pela Justiça de
Deus e que todos devem cumpri-lo. Ao se batizar, Jesus mostrou que nenhuma
pessoa, por melhor que seja, está dispensada de cumprir esta ordenança da
Justiça de Deus. João Batista compreendeu bem a colocação do Senhor Jesus e O
batizou, conforme se lê em Mt 3:13-15
“Por esse tempo, dirigiu-se Jesus da
Galiléia para o Jordão, a fim de que João o batizasse. Ele, porém, o dissuadia,
dizendo: Eu é que preciso ser batizado por ti, e tu vens a mim? Mas Jesus lhe
respondeu: Deixa por enquanto, porque, assim, nos convém cumprir toda a
justiça. Então, ele o admitiu.”
A eficácia da obra de João Batista é exemplificada no
primeiro capítulo do livro de João, o apostolo: "No dia seguinte, estava João outra vez na
companhia de dois dos seus discípulos e, vendo Jesus passar, disse: Eis o
Cordeiro de Deus! Os dois discípulos, ouvindo-o dizer isto, seguiram
Jesus" (João 1:35-37).
Ao levar esses dois discípulos ao Rei do reino espiritual de Deus (João 18:36-37), João havia desempenhado
bem a sua função. Dois homens preparados estavam prontos para
se tornar discípulos de Cristo, e mais tarde seriam parte do fundamento do
reino, no qual todos os santos seriam cidadãos, conforme Ef 2:18-22.
A morte de João
Herodes se sentiu incomodado com a repreensão que João
fez a ele (Lucas 3:18-19), por isso
o perseguiu e mandou prendê-lo. João condenava a ilicitude de Herodes em
possuir Herodias, a mulher de seu irmão, porque isso feria totalmente a Lei,
que diz: “A nudez da mulher de teu irmão
não descobrirás; é a nudez de teu irmão” (Lv 18:16).
No aniversário de Herodes, a filha de Herodias dançou
perante o rei e seus convidados. Sua dança agradou tanto Herodes que ele
prometeu a ela qualquer coisa que desejasse, limitando a promessa em metade de
seu reino. Quando a filha perguntou à mãe o que deveria pedir, Herodias disse
que ela pedisse a cabeça de João Batista numa bandeja. Mesmo chocado com o
pedido, Herodes relutantemente concordou e mandou executar João na prisão. (Mateus 14:1-12. Marcos 6:14-29 e Lucas 9:7-9).
O historiador judeu Flávio Josefo também
relata, em suas "Antiguidades Judaicas", que Herodes mandou matar
João, afirmando que ele o fez "pois a grande influência que João
tinha sobre o povo poderia colocar em suas (de João) mãos o poder e a vontade
de levantar uma rebelião, (pois o povo parecia pronto para fazer o que quer ele
pedisse), assim Herodes pensou que o melhor seria eliminá-lo".
João foi, portanto, o ultimo profeta a anunciar a vinda
de Jesus Cristo e foi quem O batizou para que se cumprisse a Lei.
Que Deus abençoe a todos.
fontes de consulta:
- Bíblia Sagrada
- O Evangelho Reunido, compilado e comentado por Juanribe
Pagliarin