quinta-feira, 30 de julho de 2015

Personagens da Bíblia - João Batista


 Do hebraico bíblico: יהוחנן Yəhôḥānān

O nome João tem sua origem etimológica direta no latim Ioannes que, por sua vez, é derivado do grego Ιωάννης (Ioánnis). Todavia a origem etimológica primitiva encontra-se na língua hebraica no nome יוחנן (Yôḥānān), forma reduzida de יהוחנן(Yəhôḥānān).

O significado da forma hebraica de João é "Deus é propício", "Deus Mostrou Favor", "Deus Foi Clemente" ou "Graça Divina".

O nome é uma junção das palavras hebraicas YHVH (tetragrama que representava o nome de Deus para os antigos hebreus, cuja pronúncia mais aceita é Iavé) com a palavra chanan, que significa graça, e que unificadas resultam em Yochanan.

Seus pais eram Zacarias (sacerdote do Templo) e Isabel (prima de Maria, mãe de Jesus).
Isabel era estéril e o casal já não tinha idade para conceber filhos quando um anjo do Senhor (Gabriel, conforme Ele mesmo revela em Lc 1:19) apareceu a Zacarias enquanto ele servia no Templo, dizendo: “Disse-lhe, porém, o anjo: Zacarias, não temas, porque a tua oração foi ouvida; e Isabel, tua mulher, te dará à luz um filho, a quem darás o nome de João.” (Lc 1:13).

O anjo também avisa a Zacarias que João teria uma missão: “Pois ele será grande diante do Senhor, não beberá vinho nem bebida forte e será cheio do Espírito Santo, já do ventre materno. E converterá muitos dos filhos de Israel ao Senhor, seu Deus. E irá adiante do Senhor no espírito e poder de Elias, para converter o coração dos pais aos filhos, converter os desobedientes à prudência dos justos e habilitar para o Senhor um povo preparado.” (Lc 1:15-17).

Zacarias, apesar de sua vida de retidão perante o Senhor, duvidou das palavras do anjo, pois sendo ele e sua esposa já velhos, não viu possibilidade de ainda poderem ter filho.
Para que cresse, o anjo deixou Zacarias mudo até que nascesse o filho (Lc 1:20).

João foi quem anunciou a vinda de Jesus aos judeus naquela época e isto já havia sido profetizado séculos antes pelos profetas Isaias (Is 40:3) e Malaquias (Ml 3:1).

O preparo para a vinda do reino foi feito por meio da proclamação de advertência e da necessidade de arrependimento.  João advertiu os fariseus e os saduceus:  "Já está posto o machado à raiz das árvores; toda árvore, pois, que não produz bom fruto é cortada e lançada ao fogo" (Mateus 3:10).  Multidões escutavam o apelo de João:  "Arrependei-vos, porque está próximo o reino dos céus" (Mateus 3:2).  Os que atendiam ao chamado e se arrependiam se tornavam um povo preparado produzindo "frutos dignos de arrependimento" (Mateus 3:8).  Muitos foram batizados por João no rio Jordão. Aquele ritual de imergir as pessoas nas águas era diferente da simples purificação dos judeus, que envolvia a lavagem apenas das mãos e dos pés. A novidade atraiu multidões de todas as partes.

João pregou o Batismo do Arrependimento para perdão dos pecados “a fim de preparar para o Senhor um povo bem disposto” (Lc 1:17b). Uma geração de víboras rejeitou a mensagem, ao passo que outros permitiram que o mensageiro de Deus os preparasse.

João Batista veio com a disposição e o poder de Elias (Lucas 1:17).  Em nenhum lugar isso é mais claro do que na descrição de Lucas 3:18-19:  "Assim, pois, com muitas outras exortações anunciava o evangelho ao povo; mas Herodes, o tetrarca, sendo repreendido por ele, por causa de Herodias, mulher de seu irmão, e por todas as maldades que o mesmo Herodes havia feito".

Assim como Elias fez o que pôde para tirar a idolatria, o assassínio e a desonestidade (1 Reis 18), também João opôs-se aos pecados da nação e os desmascarou. 

João não só condenava o mal, mas salientava a mudança que Deus espera das pessoas perdoadas.  Os publicanos, os soldados e o povo em geral perguntavam:  "Que havemos, pois, de fazer?".  A Voz exigia generosidade (Lucas 3:11), honestidade (Lucas 3:13) não-violência e contentamento (Lucas 3:14).  A preparação feita por João foi para um caminho de santidade, e o povo de Deus deve andar nesse caminho (Isaías 35:8-10).

Não bastava advertir a nação judaica para que fugissem da ira de Deus, nem instruí-los com respeito ao procedimento esperado por Deus, mas era essencial que o Rei que estava por vir fosse identificado. João tinha estado batizando em Betânia e, no dia seguinte, quando viu Jesus se aproximar dele, exclamou:  "Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo" (João 1:29).  Jesus era visto por João como aquele tipificado no cordeiro pascal, e como aquele cordeiro que "foi levado ao matadouro" pelo pecado do homem (Isaías 53).

Naquela época os judeus esperavam a vinda do Messias e, ouvindo as palavras de João, acreditavam que ele seria essa pessoa. A respeito disso o próprio João disse: “Ele confessou e não negou; confessou: Eu não sou o Cristo. Então, lhe perguntaram: Quem és, pois? És tu Elias? Ele disse: Não sou. És tu o profeta? Respondeu: Não. Disseram-lhe, pois: Declara-nos quem és, para que demos resposta àqueles que nos enviaram; que dizes a respeito de ti mesmo? Então, ele respondeu: Eu sou a voz do que clama no deserto: Endireitai o caminho do Senhor, como disse o profeta Isaías.” (Jo 1:20-23).

As pessoas queriam saber, então, porque ele batizava e ele respondeu: “Respondeu-lhes João: Eu batizo com água; mas, no meio de vós, está quem vós não conheceis, o qual vem após mim, do qual não sou digno de desatar-lhe as correias das sandálias.” (Jo 1:26-27)
E acrescentou: “Eu vos batizo com água, para arrependimento; mas aquele que vem depois de mim é mais poderoso do que eu, cujas sandálias não sou digno de levar. Ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo.” (Mt 3:11)

Apesar de João não se achar digno de batizar o filho de Deus, Jesus lembrou a João que o Batismo é um ato requerido pela Justiça de Deus e que todos devem cumpri-lo. Ao se batizar, Jesus mostrou que nenhuma pessoa, por melhor que seja, está dispensada de cumprir esta ordenança da Justiça de Deus. João Batista compreendeu bem a colocação do Senhor Jesus e O batizou, conforme se lê em Mt 3:13-15Por esse tempo, dirigiu-se Jesus da Galiléia para o Jordão, a fim de que João o batizasse. Ele, porém, o dissuadia, dizendo: Eu é que preciso ser batizado por ti, e tu vens a mim? Mas Jesus lhe respondeu: Deixa por enquanto, porque, assim, nos convém cumprir toda a justiça. Então, ele o admitiu.

A eficácia da obra de João Batista é exemplificada no primeiro capítulo do livro de João, o apostolo:  "No dia seguinte, estava João outra vez na companhia de dois dos seus discípulos e, vendo Jesus passar, disse:  Eis o Cordeiro de Deus!  Os dois discípulos, ouvindo-o dizer isto, seguiram Jesus" (João 1:35-37).  Ao levar esses dois discípulos ao Rei do reino espiritual de Deus (João 18:36-37), João havia desempenhado bem a sua função.  Dois homens preparados estavam prontos para se tornar discípulos de Cristo, e mais tarde seriam parte do fundamento do reino, no qual todos os santos seriam cidadãos, conforme Ef 2:18-22.


A morte de João

Herodes se sentiu incomodado com a repreensão que João fez a ele (Lucas 3:18-19), por isso o perseguiu e mandou prendê-lo. João condenava a ilicitude de Herodes em possuir Herodias, a mulher de seu irmão, porque isso feria totalmente a Lei, que diz: “A nudez da mulher de teu irmão não descobrirás; é a nudez de teu irmão” (Lv 18:16).

No aniversário de Herodes, a filha de Herodias dançou perante o rei e seus convidados. Sua dança agradou tanto Herodes que ele prometeu a ela qualquer coisa que desejasse, limitando a promessa em metade de seu reino. Quando a filha perguntou à mãe o que deveria pedir, Herodias disse que ela pedisse a cabeça de João Batista numa bandeja. Mesmo chocado com o pedido, Herodes relutantemente concordou e mandou executar João na prisão. (Mateus 14:1-12Marcos 6:14-29 e Lucas 9:7-9).

O historiador judeu Flávio Josefo também relata, em suas "Antiguidades Judaicas", que Herodes mandou matar João, afirmando que ele o fez "pois a grande influência que João tinha sobre o povo poderia colocar em suas (de João) mãos o poder e a vontade de levantar uma rebelião, (pois o povo parecia pronto para fazer o que quer ele pedisse), assim Herodes pensou que o melhor seria eliminá-lo".

João foi, portanto, o ultimo profeta a anunciar a vinda de Jesus Cristo e foi quem O batizou para que se cumprisse a Lei.


Que Deus abençoe a todos.


fontes de consulta:

- Bíblia Sagrada



- O Evangelho Reunido, compilado e comentado por Juanribe Pagliarin

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